O ex-presidente da República (1995 a 2003), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), disse ao O POVO que é a favor de incentivos fiscais para que indústrias possam vir para o Nordeste gerar trabalho. A declaração foi dada ontem, depois de palestra sobre o cooperativismo como doutrina econômica, ministrada por ele durante a 44ª Convenção Nacional Unimed.
"Eu sou a favor do que for correto e de tudo que for incentivo bom. Eu sou a favor do Nordeste. Que o Nordeste progrida através de investimentos, emprego, manutenção de políticas sociais. Eu sou a favor de tudo isso, mas, obviamente, depende de qual incentivo e para quem. Para a indústria gerar trabalho, sim!", disse.
Em relação à economia do Brasil, Cardoso criticou, durante a palestra, que o País passou por um crescimento ilusório. "Passamos a viver num jogo de espelhos de ilusão de faz de conta de que está tudo bem e que foi tudo culpa da crise internacional. A crise internacional acabou há 5 anos", ressalta.
Em vez de crescimento, diz, houve um aumento da oferta de crédito que desordenou a economia do País. "Eu cresço sem muito esforço, aumentando o crédito". Então, explica que o tesouro não tem dinheiro, por não ter mais de onde ofertar tanto crédito.
Ainda criticou o represamento dos preços em ano eleitoral e a quantidade de empregos que diz ser de baixa qualidade. "O que se deve pensar é como transformar essa massa enorme de pessoas em cidadãos".
Complementa dizendo que o que está faltando na sociedade são os valores, que devem partir do Governo. "Fomos levados a uma descrença que leva a um consumismo enorme. A mentira é tanta e a malandragem é tanta".
Mudança
Segundo Cardoso, a mudança virá no momento em que a meritocracia for implantada. "Nós temos que ter orgulho do sucesso. Hoje em dia eu não posso dizer quantas línguas eu falo que sou chamado de elite. Não temos que nos igualar por baixo, devemos nos igualar por cima. Quem é melhor deve ter uma recompensa maior. Não queremos igualdade no pior, queremos igualdade no melhor e que tenhamos orgulho de trabalhar", explica.
Para ele, outra mudança importante é o aumento real do salário mínimo. "Desde 1993 o salário passou a ter aumento constante. No período do Lula, cresceu apenas 1% a mais", critica.
Do jeito que o País está, o ex-presidente avalia que estamos no limite de perder oportunidades e de que a sensação de que o Brasil está dando ao mundo é a de perca de espaço nas relações globais.
Apesar das críticas, ele diz que o País melhorou e vai continuar melhorando, independentemente de Governo.
*a repórter viajou a convite da Unimed Brasil
FRASES
"Estamos diante de um quadro de corrupção sintomático e de anuência tácita e explícita"
"Não estamos construindo uma sociedade crescente em que seja prazeroso e seguro de se viver"
"Tem que voltar a ser mais simples e voltar a ter uma relação mais sincera com o País".
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