Passagem de tempo 08/04/2016 - 07h53

Saiba como será a segunda fase de Velho Chico

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Divulgação/ Globo

Os conflitos do coronel Saruê

Quase 30 anos se passaram, mas Saruê (Antonio Fagundes) não vai deixar que os cabelos brancos apareçam. Com as décadas, Afrânio ganhou poder e é seduzido por ele cada dia mais. Acumulou uma enorme vaidade e assumiu, com todas as contradições, a figura do coronel, conservando ao mesmo tempo um desejo de juventude eterna. Saruê parece querer ter controle sobre o tempo, como quem guarda um elixir. "A caracterização repleta de vaidade é muito comum aos homens ligados ao poder em toda América Latina. Eles pintam o cabelo acaju, usam peruca, maquiagem, fazem plástica e outros procedimentos cirúrgicos. Tudo para que a imagem se renove a cada 'mandato', imaginando não se tornarem decadentes, mas é justo o contrário que ocorre. São líderes, figuras emblemáticas que fazem parte da história de nosso país e que não se encontram tão distantes do nosso dia a dia", conceitua o diretor Luiz Fernando Carvalho.

A aparência física de Saruê permanece realista, mas funciona também como uma máscara, ¬ às vezes tragicômica - a de um grande coronel sertanejo nos dias de hoje, populista, amado e odiado, que esconde um Afrânio que também é pai, apaixonado, homem de grandes emoções. No fundo, aquele jovem da tropicália de Salvador ainda vive dentro dele, romântico e sonhador. Mas em um dia, diante de uma bifurcação da vida, ele escolheu abandonar. "Trata-se de um grande passional, um homem arcaico, cheio de verdades, mas também conflitos emocionais. Coronel Saruê resgata sua grande história de amor com Iolanda (Christiane Torloni). O problema é que ele não sabe lidar com este afeto. Ora nega, ora se entrega", adianta o diretor Luiz Fernando Carvalho.

Em Grotas, pelo menos para Afrânio, toda a lógica do coronelismo é mantida. O coronel imposto pela vida ao jovem romântico, assume agora o papel de antagonista. "Este personagem acaba sendo uma figura muito peculiar, reunindo em si mesmo muitas questões contraditórias. É a figura mítica do imperador sertanejo, talvez ainda mais poderoso e rico do que os políticos de sua região. Ama a filha Maria Tereza (Camila Pitanga), ao mesmo tempo em que é o seu maior antagonista. Seus métodos e procedimentos em relação à natureza e, principalmente, ao rio São Francisco, são antiquados e predatórios. É um vilão, mas humano, real", descreve o diretor.

Depois de tantos anos, o coronel traz na bagagem uma série de dramas familiares: o filho mais novo, Martim (Lee Taylor), foi expulso de casa por não aceitar os métodos de Afrânio, o patriarca; Maria Tereza luta frontalmente contra os procedimentos adotados pelo pai em relação à cultura ribeirinha. Ela, como uma verdadeira heroína, vai tentar de todas as formas 'arrancar' esta máscara de coronel de seu pai. E Miguel (Gabriel Leone), seu neto, volta de Paris com ideias de reformular completamente os métodos arcaicos do avô.

Apesar do grande amor que os dois nutrem um pelo outro, as discordâncias profundas levarão Saruê a mais um embate dramático dentro da própria família. "Ele é um representante desta antiga mentalidade feudal e machista, em contraponto a esta nova geração. É uma contraposição delicada, especialmente porque se dá no âmbito familiar", pontua Luiz Fernando Carvalho.

Do outro lado, Santo (Domingos Montagner), o humanista, que carrega os ideais do falecido Capitão Rosa. Casou-se, não exatamente por amor, com Luzia (Lucy Alves) e teve duas filhas, sem sonhar que é pai de Miguel (Gabriel Leone). Estes jovens são a nova geração. Representam esse "admirável mundo novo", na visão do diretor, e as diferentes possibilidades que nos serão apresentadas diariamente de como lidar com a terra, a água e toda a questão ambiental. São jovens formados com uma nova mentalidade, ligados à natureza, que têm conhecimento dos processos e das novas tecnologias. Diante desta dualidade, a grande história de amor de Santo (Domingos Montagner) e Maria Tereza (Camila Pitanga) é retomada. A separação imposta no passado não é capaz de aplacar o desejo de nenhum dos dois. O amor é maior do que tudo. E os conflitos de décadas são colocados à prova quando a verdade é revelada. "Este romance, ainda tão condenado pela diferença de classes entre Maria Tereza e Santo, será o fio condutor para esta grande história de amor. E vamos misturar à esse caldo dramático uma crítica social, muito atual e necessária", adianta Luiz Fernando Carvalho.
As cenas da segunda fase estão previstas para irem ao ar na próxima segunda-feira, dia 11. ‘Velho Chico’ é uma novela de Benedito Ruy Barbosa, escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, com direção artística de Luiz Fernando Carvalho.

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