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Vertical S/A 15/04/2012

O homem dos trens

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1 O diretor-presidente da fabricante de trens espanhola Construções e Auxiliar de Ferrovias (CAF) é o ex-secretário da Fazenda do Estado e ex-superintendente da Fiec, Paulo Fontenelle. Em Hortolândia, no entorno de Campinas (SP), ele comanda as operações da fábrica número 8 da companhia no mundo. E há algo além dos vínculos afetivos a aproximá-lo do Ceará. Há trilhos. Paulo vem a Fortaleza na semana que vem de olho na possibilidade de atender ao Governo cearense com serviços de manutenção da frota estadual. “Somos muito bons também na parte de manutenção”, apita. Paulo adoraria ter vendido para o Ceará, mas, quando chegou à empresa, o Governo já comprara VLTs da Bom Sinal, em Barbalha, e trens da italiana Ansaldo.

2 A CAF é uma gigante do setor. Faz trens de passageiros, metrôs e Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) para clientes em 40 países em cinco continentes. Na semana passada, ganhou concorrência na Letônia, no Leste europeu. Também chegou à Nova Zelândia neste ano. O setor ferroviário se planeja. Trabalha com horizonte de, pelo menos, 20 anos. “A decisão da empresa de se instalar no Brasil foi visualizando o mercado de duas décadas”. Viram e veem as demandas do País por mobilidade urbana. “Ficou impossível se locomover em condições dignas”. Hoje, já é a maior fabricante de trens do Brasil.

3 No portfólio, 500 carros feitos. A paulista CPTM comprou e já levou numa encomenda 40 trens de oito carros, o que totaliza 320 carros. Para a mesma cliente, já entregou oito trens de oito carros, o que dá 64. Já para o metrô de São Paulo foram 17 trens de seis carros: 102 ao todo. E agora trabalha para mais 36 trens de oito carros: total de 288 unidades. Já ticou da lista de entregas 13 trens. No Nordeste, o freguês é pernambucano. O Metrô do Recife comprou 15 trens de quatro carros. Encomenda completa prometida pessoalmente por Paulo para no máximo junho de 2013, com sete trens operando até a Copa das Confederações, desejada por Pernambuco, mas confirmada apenas para Fortaleza.

CINTURÃO PARA PREFEITURAS

A Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice) proverá banda larga para as prefeituras do Interior, utilizando o Cinturão Digital. Para ter acesso, as prefeituras precisam responder ao Edital de Chamada Pública Etice 001/2012. Há contrapartidas e critérios de classificação das propostas. O Edital fornecerá até 2 Gbps para os municípios. Quem leva, precisa gerir a banda cedida, utilizando-a no setor administrativo e em projetos sociais. Os projetos devem assegurar o acesso da população em planos a partir de R$ 29,90 para 1 Mbps, em praças e em pontos de interesse da prefeituras.

A data limite para a entrega das propostas na Etice é 21 de maio. A infraestrutura do Cinturão Digital será utilizada para transportar internet até os municípios. A saída, ou melhor, a entrada mais plausível para as cidades entrarem no cinturão é buscarem se associar. Para o presidente da Etice, Fernando Carvalho (foto), assim elas terão mais chances de sucesso de aprovação da proposta.

Já o Ministério das Comunicações, lançou edital para financiar projetos de cidades digitais. Valor do caixa: R$ 20 milhões. Fernando explica que o edital federal é complementar ao edital estadual, pois permite aos municípios ter a infraestrutura de distribuição local (última milha) financiada pelo Ministério. O Ceará é um dos poucos que possuem infraestrutura de fibra óptica. O Edital estará disponível para consulta na página da Empresa a partir de amanhã.

QUASE NO FORNO

Fernando Barroso (chef Ferroso), Élcio Nagano e Bernard Twardy têm uma iguaria em comum. Os três, colunistas do O POVO, pesquisaram nove insumos utilizados na culinária da região, sobretudo no Ceará. “Mar, Serra e Sertão – gastronomia regional” é o nome do trabalho, que eles tentam viabilizar com o apoio do BNB. Para dar mais forma e conteúdo ao projeto, andaram almoçando com o jornalista Lira Neto. O parceria está quase fechada. Lira, aliás, lança em breve em Fortaleza, na Livraria Cultura, a biografia de Getúlio Vargas.

POR TRÁS DAS GRIFES

Cleto Montenegro Júnior é colega de faculdade de Baltazar Neto. Anos mais tarde trabalharam juntos numa indústria têxtil. Baltazar era chamado por Cleto de Dustin Hoffman, um apelido que não incomoda. Já Cleto era chamado de Blackhill (www.blackhill.com.br), o sobrenome em inglês. Baltazar é dono da Fotossensores. Cleto da marca que leva seu codinome.

Mas a marca dele não aparece quando o cliente vai ás lojas. No lugar dela, Richards, Brooksfield, Zefirelli, Bransk, dentre outras, nacionais e locais.

O negócio de Cleto é criar e produzir roupas para as grifes. Ora ele compra tecidos de fora, do Peru (o melhor algodão do mundo hoje) ou da China. Ora ele usa tecidos nacionais, feitos no Ceará. E ora ele compra tudo pronto de fora. Cleto diz que não se limita à manufatura. Ele conta manter um time de cinco estilistas que desenham junto com as equipes de produtos das marcas-clientes.

Engenheiro têxtil, ele diz ter desenvolvido cinco bases de tecido. A base é resultado de pesquisa, que ele mesmo toca. Quando começou tinha 120 funcionários. Hoje, segundo ele, são 600. Entre próprios, na Vila Manoel Sátiro, e em quarteirizadas.

MARCA

A Zefirelli é um case local. A marca nascida no Ceará nasceu mirando na classe C. Hoje reposicionada incorporou know how e melhorou o conceito. A marca vive tempos de expansão. Hoje tem 14 lojas, no Norte e Nordeste. Mas até o ano que vem planeja chegar a 30. Esta semana confirmou mais três lojas em Belém, duas já neste ano. Uma ficará no shopping do grupo Jereissati. Também acertou pais quatro em Recife.

CRÉU PIRES

A atriz Cléo Pires estrela a partir de hoje a nova campanha da Oi. Mas nem tudo é perfeito. Ao lado dela, o MC Créu. A campanha mira na geral, os clientes pré-pagos.

ARMÁRIO

Na hora de comprar móveis é bom abrir o mapa. Executivo do mercado financeiro foi trocar a mobília e deu com a porta na cara, por conta dos preços. Decidiu garimpar no pólo de lojas da Bezerra de Menezes (São Gerardo). Encontrou o mesmo produto por R$ 3 mil a menos. Pode ser um caso isolado. Pode ser.

PISO

Há um impasse de difícil solução na greve dos operários da construção civil do Ceará. As empresas de construção pesada topam pagar piso salarial maior do que o valor aceito pelas empresas de construção leve.

REPÚBLICA SINDICAL

Os empresários da construção civil do País vivem dias de pavor ante a aproximação de empresários da construção civil e Governo Dilma. Sim, explica-se. A aproximação limita-se às grandes construtoras. Para elas, custo de mão de obra é algo menos pesado do que para as menores, daí ser fácil concordar com as propostas do chamado Pacto nacional para os trabalhadores do setor.

Pelo chamado pacto, haveria, por exemplo, organização sindical em cada uma das obras com mais de 200 trabalhadores. O móvel para o chamado pacto foi o conflito nas obras de Santo Antonio e Jirau. Ademais, um piso nacional, inviável, segundo o presidente do Sinduscon-CE, Roberto Sérgio Ferreira. Por trás do Pacto, as empresas decifram articulação que só interessa às empreiteiras, usuais financiadoras de campanhas. E na cabeça dos líderes do setor, a insatisfação tem nome e sobrenome: Gilberto carvalho, secretário-geral da Presidência. A bandeira está com ele.

BALANÇOU

Esta semana um grupo de fora apareceu interessado em comprar uma empresa cearense. O empresário assediado procurou às pressas a ajuda de um consultor financeiro. Queria produzir o balanço da empresa, coisa que nunca fizera direito. Perdeu o negócio.

FUTURA TRENDS

Já referência na agenda de eventos de Fortaleza, o seminário Futura Trends abre e fecha em grande estilo. A palestra de abertura será do neurocientista Miguel Nicolelis (foto) e o encerramento ficará com Roberto Dumani, vice-presidente executivo da Cielo. Dumani falará sobre “A Importância da Comunicação na Gestão de Pessoas. O Papel do RH para Tornar esse Processo mais Eficiente”. O seminário Futura Trends será no La Maison Dunas, dia 7 de maio, e as inscrições estão abertas www.seminariofuturatrends.com.br.

HOJE À NOITE

O superintendente do Banco do Brasil no Ceará, Luis Carlos Moscardi, e o superintendente da Caixa Econômica Federal, em exercício, Adalfran Barreto, estão no horário alternativo do Vertical S/A, domingo, 23 horas, na TV O POVO. Eles falam sobre redução de juros, uma decisão política do Governo Dilma. O programa mostra também o Ócio da empresária Valéria Cavalcante, correr e fazer ioga.

VOOS SOLOS

As construtoras do Ceará não repetem a fórmula das empresas de fora quando aqui chegam. No mais das vezes, quem aqui chega o faz em parceria com empresas cearenses. Mas ela quase nunca. Vários são os casos de expansão em voo solo. O Nordeste é território delas.

CANTEIROS

Natal é praça da casa. Lá, Beto Studart mantém hoje 13 canteiros e já se prepara para montar mais 22 para lançamentos em breve. É líder local depois de comprar a Delphi Engenharia e criar a Bspar Delphi.

MM
A Mota Machado é gigante em São Luís. Vende apartamentos de alto padrão. Vai bem na terra dos Sarney, que aliás compraram três de 800 metros quadrados.

HORIZONTAIS

* A Deloitte ampliou o escritório de Fortaleza e criou um setor destinado a Clientes e Mercado da Região Nordeste. José Emilio Calado comanda. * De segunda a sexta-feira, em quatro edições por dia, tem Vertical S/A na Calypso FM. * O que faz Everardo Telles brilhar os olhos hoje é a pesquisa que ele toca em São Paulo para a cura da aids. * No Núcleo de Negócios do O POVO, o repórter Andreh Jonathas recebe amanhã à noite, no Via Sul, o Prêmio Profissionais do Ano 2011.

JOGO RÁPIDO
Os discursos panfletários não ajudam o cidadão a formar opinião quanto à construção do Acquário.

Jocélio Leal leal@opovo.com.br

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