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Não será simples o processo de escolha do novo partido dos egressos do PSB. Mesmo que o governador Cid Gomes não tenha receio de colocar os mandatos dos envolvidos em risco no caso de filiação a agremiação já existente, o grosso dos parlamentares prefere mesmo a segurança do ingresso numa nova legenda - o que, pelas regras eleitorais, eliminaria o risco de cassação por infidelidade partidária. Das alternativas analisadas, a única nova sigla é o Pros. Um problema dessa opção é objetivo: diminutos tempo de TV e dinheiro do Fundo Partidário. Outro é simbólico: a inconsistência e irrelevância do nanico que pode ser instantaneamente alçado a maior partido do Ceará. Além disso, Cid já disse que a ideologia será considerada. Ele procura um partido “progressista, social-democrata”. Não é o Pros, que não passa de trampolim que aproveitou o momento para crescer recebendo quem deseja trocar de partido sem risco de cassação por infidelidade. Não tem programa, plataforma, ideias, princípios, coisa nenhuma. Tampouco cobra qualquer isso de qualquer filiado. A mesma coisa vale para outra das possibilidades do grupo dos Ferreira Gomes, o PSD. Com a desvantagem de que não é mais um novo partido e, portanto, representar risco de perda de mandato para novos infieis. Já o PP, embora tenha progressista no nome, está longe do perfil social-democrata e de centro-esquerda que pretende o governador. Quando teve identidade, foi identificado com a direita. E ter Paulo Maluf como maior expressão nacional não ajudaria exatamente a reforçar a imagem avançada que pretende Cid. Quanto ao PCdoB, para além da ideologia, há dificuldades com a organização interna. A legenda é marcada pelo chamado centralismo democrático - uma vez tomada a decisão, todos seguem, sem margem para persistirem divergências entre facções. Algo distante da realidade dos Ferreira Gomes até hoje. Sem falar das peculiaridades de um partido tradicional, cujas raízes remontam à década de 1920. Há o PDT, o mais parecido com o PSB dos cinco, É quem mais se aproxima do perfil desejado. Todavia, é, também, o menos fechado com a condição primordial colocada pelo governador: o apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT) não é fechado, embora muito provável. Além disso, os pedetistas são os menos empolgados com a perspectiva de filiação dos cidistas e afins. E não estou falando nem do deputado Heitor Férrer.
DEFEITOS, QUALIDADES E PALAVRAS
Não sei se Ciro Gomes ainda liga para estas coisas – se é que algum dia se importou – mas será engraçado, no caso de ingresso no PDT, recordar declarações recentes feitas por ele sobre uma das cinco legendas que tem como alternativa. Em 2011, as relações entre ele e o PSB andaram estremecidas e já se cogitou a possibilidade de filiação à sigla pedetista. Mas o hoje secretário da Saúde do Ceará refutou. “Pretendo permanecer no PSB, não está na cogitação sair do partido. Os defeitos que tem o PSB estão mais do que compensados pelas suas qualidades. No PDT é o inverso”, disse, na ocasião.
Mas não tem nada não. Em junho passado, Ciro também disse: “Se o partido decidir (lançar candidato), não tenha dúvida (de que vou apoiar)”. Em março, foi Cid Gomes quem falou: “Estarei com o meu partido”. Por enquanto, nem partido eles têm, justamente devido à disposição de Eduardo Campos de ser candidato.
INCOMPATIBILIDADE COM O PT
Petistas chegaram a conversar sobre a possibilidade de filiação dos Ferreira Gomes. Na semana passada, quando o presidente nacional Rui Falcão visitou o Ceará, ele foi abordado sobre o assunto. Era logo após a reunião em que o PSB decidiu entregar os cargos no Governo Federal. O ambiente para a migração do grupo do governador cearense já estava posto. Falcão disse que não havia entendimento algum nesse sentido. Além disso, a compreensão dos petistas é de que há vários obstáculos para a eventual filiação. Primeiro, o constrangimento interno que seria causado, sobretudo ao grupo de Luizianne Lins, mas não apenas a ele. Seriam muitas as desfiliações. Quanto à ex-prefeita, as rusgas que remontam a 2004 fazem com que haja intenção concreta de não afrontá-la. Pelo contrário, houve diversos gestos para que ela não deixe a legenda, embora flagrantemente isolada no Ceará. Outro problema são as declarações de Ciro Gomes em relação ao partido. Em particular contra o provável candidato a governador de São Paulo, Alexandre Padilha. Uma das novas estrelas petistas, ele foi chamado de lobista por Ciro e acusado de negociar votos de parlamentares em troca de emendas ao Orçamento.Outro aspecto é conceitual. A despeito das transformações por que passou, não há na história petista precedente de filiação em bloco de grupo tão grande e poderoso no âmbito local. O que talvez mais se aproxime na história recente seja a entrada de Agnelo Queiroz, hoje governador do Distrito Federal, egresso do PCdoB. A própria realização de filiações em massa, salvo quando há campanha de adesões, é tabu na legenda.
PARTIDO DE CID E CIRO ANTES DO PSB, PPS TAMBÉM RECEBE ADESÕES
A legenda à qual Cid e Ciro pertenceram antes do PSB também se movimenta em busca de adesões. O PPS recebeu filiação ontem do ex-deputado estadual Manoel de Castro Neto – que pertencia ao PMDB – e de outros 11 pré-candidatos a deputado. No mês passado, já haviam se filiado os ex-deputados estaduais Gomes Farias (ex-PSDC) e Tomaz Holanda, que deixou o PMN. Depois do rompimento com os Ferreira Gomes, desde 2005, o PPS se reaproximou desde o ano passado. Ontem, durante o ato de filiação na Assembleia Legislativa, o presidente do PPS cearense, Alexandre Pereira, declarou que apoiará aquilo que o grupo que deixou o PSB vier a definir. “O PPS está fechado com o que o governador Cid Gomes definir”, afirmou.
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