Leônidas, afinal, na vitrine

O Ceará comanda a comissão que analisaráa MP. O presidente é presidente Guimarães e o vice, José Pimentel

Política A farsa dos alvarás (0) política Cresce resistência ao novo calendário (0) Política Conselho Nacional considera ilegal ano letivo menor em Fortaleza (0)

Embora Cid Gomes evite falar no assunto – e a definição caberá a ele e ninguém mais – Leônidas Cristino (PSB) é hoje o mais cotado nome da base aliada para ser seu candidato ao Governo do Estado. O que vem a significar, por tabela, que ele é, ao menos por enquanto, o mais provável próximo governador do Ceará. Há várias indicações nessa direção: Leônidas já foi o escolhido para suceder Cid em Sobral, após oito anos da gestão do atual chefe do Executivo estadual como prefeito. Depois, renunciou ao posto municipal para ser ministro dos Portos, por indicação de Cid e Ciro Gomes. E há informações de que o irmão mais famoso do governador estimula Leônidas a botar o pescoço de fora caso queira mesmo ocupar o Palácio da Abolição. Até agora, o cargo federal não tinha ajudado a lhe dar visibilidade. Mas a maré virou, sem trocadilho. O ministro tem nas mãos o grande projeto de sua gestão: a reestruturação de todo o setor portuário. Mexe na raiz de um dos gargalos da infraestrutura nacional. Oportunidade para aparecer muito – para o bem e para o mal. E a polêmica está instaurada com vigor. Há críticas de trabalhadores, empresários e parlamentares. Foram apresentadas nada menos que 646 emendas à medida provisória – um recorde. E 143 delas vieram do próprio PSB. Editada em dezembro e prestes a ser votada no Congresso Nacional, a MP mexe em alguns vespeiros: abre espaços consideráveis à inciativa privada para construção e operação; aumenta, dessa forma, a concorrência para portos públicos; estabelece metas de desempenho para as companhias Docas. E, para fúria de sindicatos, mexe com a forma de contratação de trabalhadores. No atual modelo, navios que atracam em portos públicos precisam recrutar estivadores e outros funcionários avulsos no Órgão Gestor de Mão de Obra – que controla a escala de operários local –, mas a MP permite contratações avulsas. Contra o fim do monopólio dos órgãos gestores, sindicalistas invadiram navio chinês atracado no porto de Santos, na segunda-feira. Foi ainda definido cronograma de paralisações em todo o país, previsto para amanhã e para a próxima sexta-feira. Além disso, há ainda confronto de interesses entre atuais arrendatários de espaços nos portos e quem deseja investir com as novas regras. Seja o saldo positivo ou negativo, o fato é que desse embate sairá a principal marca que Leônidas terá para apresentar na eventual campanha eleitoral em que se lance em 2014.

CEARÁ NO CENTRO DA POLÊMICA

Leônidas não está sozinho neste fogo cruzado. As ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, estão na linha de frente das articulações. Para a comissão que analisará a MP no Congresso, o Planalto escalou como presidente o líder do PT, deputado cearense José Guimarães. O vice-presidente é o líder do governo no Congresso, o senador pelo Ceará José Pimentel. Para relator líder, o governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Com isso, além do ministro mais diretamente associado ao assunto, dois dos três principais cargos da comissão ficaram com representantes cearenses.

HISTÓRICO DE POLÊMICA

Vale lembrar que a ida de Leônidas para o Governo Federal não foi o que se possa chamar de serena. Na época, as relações entre os Ferreira Gomes e Eduardo Campos estavam um tanto abaladas pela forma como a candidatura presidencial de Ciro foi abortada em 2010. O ex-governador estava fora do País e acompanhava tudo à distância, mas há relatos de diálogos bem pouco cordiais envolvendo Cid e a cúpula do PSB. A Secretaria dos Portos não era propriamente a recompensa esperada pelos principais líderes do Estado que deu a terceira maior votação do País a Dilma. Mas efetuou-se a operação para que Leônidas deixasse a Prefeitura e fosse para Brasília. Havia expectativa de que a Secretaria Nacional também ganhasse a gestão dos aeroportos, o que daria a ela bem mais envergadura. Mas isso nunca se concretizou. Após dois anos sem maior visibilidade perante a maior parte da população, o escolhido dos Ferreira Gomes para representar o Ceará no Governo Federal tem sua oportunidade de aparecer.

PATACOADA

Aprendi com um sábio colega que, seja qual for o assunto e independentemente do quão preparado seja o profissional, sempre haverá leitores que sabem mais a respeito do que se escreve que o jornalista. E o que esta coluna aprende com vocês, caros leitores, não é brincadeira. Pelo que agradeço imensamente. Anteontem grafei aqui a palavra “pataquada”. Mas foi alertado pelo leitor João Lobo que a forma correta, dicionarizada, é “patacoada”. Fui ao Houaiss e conferi o significado: “1. Dito ou ação ilógica; disparate, tolice. 2. Gracejo desabusado; brincadeira, chocarrice. 3. Vaidade ridícula; bazófia. 4. Dito mentiroso; lorota”. Mais uma vez, obrigado pelo aprendizado e a convivência diárias.

> TAGS: vitrine leônidas

Érico Firmo ericofirmo@opovo.com.br

Alanis 21/02/2013 13:06

Erico, desculpe-me a sinceridade, mas , acho q vc se comporta muitas vezes de forma humilde demais. Não é isso que esperamos de um jornalista, não queremos um amigo bonzinho cuja prioridade é agradar a gregos e troianos (os leitores incluidos). De resto, tudo ok. Abraços.

24h|48h Últimas

Leônidas, afinal, na vitrine

Em Breve

Ofertas incríveis para você

24h|48h Últimas

Escolhidas pelo editor