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“Fui feita com esmero, contaram os ventos, antes que eu mesma dessa verdade tomasse tento. Meu embasamento, desde as pedras brutas quebradas pelos homens a marrão aos baldrames ensamblados nos esteios, deu-me solidez”. As palavras da cearense Natércia Campos, que iniciam o livro A Casa, poderiam ter sido ditas por uma residência imponente e cinza, situada na avenida João Pessoa, no coração do bairro Damas.
Conhecido popularmente como Casa do Português, o prédio foi inaugurado em 13 de junho de 1953 como Vila Santo Antônio e foi tombado definitivamente pela Prefeitura em 2012. Os traços são suntuosos e extravagantes. É impossível não passar pela via sem olhar a construção. Segundo o memorialista Zenilo Almada, o português José Maria Cardoso fez a edificação para homenagear seu país e sua esposa, “que não queria mais morar em locais pequenos”.
“E ao redor da casa grande ele construiu uma espécie de vilarejo. (...) Ele (o português) fornecia lenha para a empresa Light, usava galochas e um anel com um topázio amarelo enorme”, lembra Zenilo. Por um período, a casa abrigou também a Boate Portuguesa em seu último andar. Reduto famoso na época, recebia apresentações artísticas. “Eu mesmo cheguei a frequentar”, conta Zenilo.
Mas, para quem passa diariamente pela avenida João Pessoa, como o agente administrativo Porfírio Ribeiro de Melo, 65 anos, a edificação não é apenas o símbolo de uma época, mas uma referência para a memória do bairro. “Esse prédio é conhecido em toda Fortaleza. Quem chegava na Capital em 1970, era logo apresentado à Casa do Português. Claro, quando eu cheguei aqui, estava tudo bem mais conservado, as cores eram diferentes tinha mais brilho”, diz Porfírio, que reside no bairro Damas há mais de 40 anos.
“Toda de concreto armado, três andares com subida de carro até o teto. Nela foram gastos 29 mil sacas de cimento, 540 toneladas de ferro, 180 milhões de tijolos e 40 mil latas de cal”, diz a Cronologia Ilustrada de Fortaleza, do autor Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez. De fato, a linhas da Casa do Português são suntuosas para os padrões arquitetônicos e urbanísticos da década de 1960.
Em 1966, quando José Cardoso morreu, outros pisos passaram a ser ocupados pela Boate Portuguesa. A Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural (Ancar) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) também chegaram a funcionar na edificação, entre 1965 e 1984, segundo dados fornecidos pela Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor). O órgão ainda informou que, por se tratar de um imóvel privado, a Prefeitura não possui atualmente projetos de restauração e ocupação do local.
Durante o fim da tarde, na Casa do Português, além da rampa extensa e das janelas danificadas, é possível ver uma fila de carros estacionados e um grupo de meninos brincando. São as famílias que continuam a preencher a imensidão de corredores, banheiros e quartos com cores, sons e varais de roupa lavada. Para o (quase) aposentado Porfírio Ribeiro de Melo, o importante é ter a marca registrada do Damas em forma de prédio. “Enquanto vivo eu estiver, quero morar por aqui”, profetiza.
LIMPEZA
MORADORES RECLAMAM DE SUJEIRA EM CANAL QUE CORTA O BAIRRO
1. Moradores do bairro Damas reclamam do acúmulo de lixo e da má conservação no canal que corta ruas e passa através do Polo de Lazer Professor Gustavo Braga. Segundo a comerciante Maria Janaína Araújo, 25 anos, qualquer precipitação é capaz de fazer o canal transbordar. “Em dias de chuvas mais fortes, as pessoas têm que utilizar canoas para chegar em casa”, reclama.RESPOSTA. De acordo com o Departamento de Limpeza Urbana da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), a limpeza no canal foi feita três vezes nos meses de fevereiro, março e abril de 2013. Geralmente, os canais são limpos três vezes ao ano. Mas a ação está prevista para ser realizada novamente no segundo semestre. Quanto à reforma, o titular da Secretaria Executiva Regional IV (SER IV), Airton Mourão, informou que já solicitou à Secretaria de Infraestrutura (Seinf) um projeto de melhoria do canal. A Regional IV e a Emlurb orientam a população a não jogar lixo no canal e esperar os dias da coleta domiciliar, que é realizada regularmente às terças-feiras, quintas-feiras e sábados durante o período da noite.
LIXO
ACÚMULO INCOMODA MORADORES
2. Pilhas de lixo podem ser encontradas em calçadas e em terrenos baldios do Damas. Segundo o motorista Arnoldo Damasceno, 61 anos, a sujeira excessiva prejudica a boa imagem do bairro.
RESPOSTA. A Emlurb informa que a coleta domiciliar no bairro Damas é feita regularmente todas as terças, quintas e sábados. Em relação aos pontos de lixo, também é realizado o recolhimento desses materiais duas vezes por dia, de segunda a sábado. A orientação é que a população só coloque o lixo na calçada próximo ao horário em que o caminhão de coleta passar. No caso de entulho, a população deve dar a destinação adequada, de acordo com o Código de Obras e Posturas do Município, contratando empresas credenciadas ou o serviço tarifado da Emlurb.
Serviço
Emlurb
Quem quiser fazer denúncias, solicitar limpeza de canais ou ter mais informações, pode ligar para a Ouvidoria do órgão
Telefone: 0800 275 1531
EM ALTA
ACESSO
Bairro é beneficiado pela oferta de linhas de ônibus, a maioria delas passando pela avenida João Pessoa
EM BAIXA
ASSALTOS
Moradores reclamam da insegurança. A estudante Ana Araújo, 29 anos, disse ter sido abordada cinco vezes perto de casa
SEGURANÇA
O POVO nos Bairros publica o telefone de contato da Polícia no bairro Damas 190
10 MIL
Habitantes
O Damas tem 10.719 moradores, distribuídos numa área de 0,966km². O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do bairro é de 0,620
DAMAS
É a cara do meu bairro
Qual é a imagem que você acha a cara do seu bairro? Participe, envie sua foto para nós: opovonosbairros@opovo.com.br
Imparh. O Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos oferece cursos de idiomas estrangeiros. O prédio foi tombado em dezembro de 2012
INTERATIVIDADE
COLUNA NA RÁDIO O POVO/CBN
3. A coluna O POVO nos Bairros possui espaço todos os dias na rádio O POVO/CBN FM 95,5, às 15h50min. Confira abaixo se sua reclamação já foi respondida na coluna radiofônica. Caso não tenha acompanhado a resposta, você pode verificar o posicionamento do poder público na nossa página no portal O POVO Online, no post “Confira aqui se sua reclamação já foi respondida”.
22 DE JULHO: Igor Bastos reclama de problemas na iluminação da praça Gustavo Barroso, no Jacarecanga.
23 DE JULHO: leitor, que pediu para não ser identificado, denuncia abandono e tráfico de drogas no Polo de Lazer da avenida Sargento Hermínio.
24 DE JULHO: leitor, que também solicitou não ser identificado, reclama da construção de muro na calçada de uma residência na avenida Edílson Brasil Soares, no bairro Edson Queiroz.
Fale com o colunista
Envie reclamação sobre o seu bairro. Ela será publicada junto com a resposta do órgão responsável.
(De quarta a sexta, das 14h às 19 horas)
85 3255 6114 ou 3255 6118FAX 85 3255 6139
Escreva para: opovonosbairros@opovo.com.br
(Coloque seu nome e telefone)
Av. Aguanambi, 282
Joaquim TávoraCep: 60055-402
Multimídia: A coluna O POVO nos Bairros também possui uma versão em vídeo no O POVO Online
ISABEL COSTA é repórter do Núcleo de Cotidiano
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
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