[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Visões sobre a integração na América Latina | Coluna Mapa-Múndi | O POVO Online
Mapa-Múndi 30/01/2013 - 16h01

Visões sobre a integração na América Latina

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No momento de fixar as premissas sobre a política exterior de um Estado, os dirigentes devem ter em mente que as relações com os parceiros internacionais precisam redundar, em primeiro lugar, em resultados mais benéficos para o país e seus habitantes.

Como saída imediata, a alternativa mais utilizada é de fato, a cooperação internacional tradicional, isto é, aquela pela qual um Estado com recursos e infraestrutura suficientes presta assistência em diversas áreas a outro país que, de outra maneira, não poderia eliminar por si só as suas debilidades de ordem estrutural.

Seguindo esta lógica da cooperação, encontramos, por exemplo, os atos humanitários realizados em regiões da África para eliminar a inanição ou as campanhas internacionais de saúde e prevenção de doenças. Em outro nível, há exemplos de cooperação internacional que não passam do mero assistencialismo de emergência como foi o caso da ajuda internacional ao Haiti, quando o país caribenho foi devastado por um terremoto.

Podemos ver ainda a existência de cooperação científica e técnica que procuram melhorar a apropriação e geração de conhecimento nos países mais necessitados, com o objetivo de renovar, ou mesmo implementar, todo seu sistema produtivo.

Mas o que falar dos países latinos americanos? A maioria dos Estados da região se encontra numa condição em que não é sujeito prioritário de cooperação internacional, se comparados com regiões como o Oriente Médio e a maioria do continente africano. No entanto, também não se encontram numa posição realmente cômoda para deixar de requerer a ajuda e assistência necessária para solucionar os sérios problemas estruturais que padecem quase todos.

Há de se considerar, entretanto, que desde a metade do século passado, diversas ações foram desenvolvidas em vários Estados da América Latina com o objetivo de levar a cabo e potencializar as oportunidades existentes em inovação, ciência e tecnologia. Estas três variáveis são o fator diferencial que, corretamente implementados, tiraram nações inteiras do ostracismo e/ou do atraso. Exemplos históricos e contemporâneos desse fenômeno, nos são apresentados por paises como a República Checa, Índia, Coréia do Sul, Japão e até a China.

Mas, de volta à América Latina, podemos afirmar que a região se encontra num meio termo, onde não só se faz recebedora de eventual ajuda que venha a requerer, senão que alguns países também já se mostram como “doadores” de cooperação, principalmente com seus pares regionais.

Deste modo, se é notório que o Chile tem grande tecnologia na produção vinícola e de cobre, ou se sabemos que o desenvolvimento científico na Argentina é de alto nível; se temos conhecimento das técnicas especializadas na floricultura equatoriana, ou se nos interessam as grandes oportunidades existentes em biocombustíveis no Brasil e Colômbia, não poderíamos articular estratégias regionais para apropriar e gerar esse conhecimento?

Estamos falando da cooperação horizontal, onde se socializa entre as nações, a cooperação técnica e cientista-tecnológica. A cooperação técnica alude à transferência de capacidades técnicas e administrativas (know-how) entre os próprios países em desenvolvimento, permitindo a realização de atividades conjuntas de investigação para promover avanços científicos e tecnológicos que lhes permitam um desenvolvimento integral.

Embora o argumento de que a integração entre os Estados da América Latina seja a forma de fortalecer a região – política, econômica e socialmente falando –,a demagogia política contraria as necessidades dos países em tempos de blocos e alianças.

Não resta dúvida que, se comparamos o passado e o presente da América Latina, é possível afirmar que realmente a integração latino americana conseguiu avanços significativos. Mas ainda há muito chão pela frente. Tudo depende em primeiro lugar de muita vontade política e também do rompimento, para valer, das barreiras econômicas e a implantação de um extenso plano de infraestruturas em toda a América Latina, permitindo assim gerar emprego, bem-estar geral e desenvolvimento verdadeiro.

Dessa forma, o modelo de desenvolvimento que progressivamente se fortalece a nível mundial, nos direciona para uma urgente necessidade de avançar de maneira conjunta, deixando de lado a retórica que nos caracterizou, para dar passos fundamentais em matéria de integração, e assim buscar o desenvolvimento dos países envolvidos.

João Bosco Monte
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