[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Com e sem aliança | O POVO
Fábio campos 25/02/2012 - 14h00

Com e sem aliança

"A eleição de Fortaleza vira um jogo sem favoritos"
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O casamento entre PT e PSB não é por amor. É por interesse. No caso, interesse de ambos. Do ponto de vista político, é o melhor dos mundos para as duas siglas. A união praticamente garante a vitória eleitoral de seus membros nas intercaladas eleições estaduais e municipais.

Outro grande serviço do matrimônio: eliminar os potenciais focos de oposição organizada aos governos vigentes. Em nome desses dois objetivos políticos, os sapos são solenemente engolidos. Tolera-se a relação. Afinal, é o projeto de poder que precisa ser mantido.

O fim do casamento tende a mudar radicalmente esse jogo. A eleição de Fortaleza vira um jogo sem favoritos. A eleição de 2014 (sucessão estadual) torna-se uma guerra aberta. Uma e outra esfera de poder ganham vigorosos pplos de oposição. Forma-se então o caldo para que podres poderes e maus feitos sejam expostos. É assim que o jogo funciona.

Caso o PSB decida trilhar caminho próprio em Fortaleza terá que assumir papel de oposição à gestão de Luizianne Lins (PT). Não existe meio termo. Não existe muro. O alvo da campanha é a atual gestão. Contra ou a favor. Como consequência, fermenta-se uma oposição organizada ao governador, coisa que hoje é algo isolada e limitada.

Historicamente, as campanhas eleitorais de Fortaleza não são encontros de freirinhas dedicadas aos ofícios católicos. O jogo costuma ser bruto. O que se vê na propaganda oficial dos candidatos é muito diferente da disputa de bastidores e da campanha que se pratica nos subterrâneos.

Dessa vez, mais do que nunca, os subterrâneos contarão com o reforço da rede global, um terreno pródigo em germinar “valentes” anônimos de moral e comportamento rebaixados. Apostem: o uso da internet e das tais redes sociais será um capítulo à parte na disputa de Fortaleza, principalmente se a aliança for a pique.

Mas, há uma boa questão a ser tocada: o possível (provável para muitos) fim da aliança PT-PSB terá consequências positivas ou negativas para quem mais importa, no caso, o distinto cidadão?

Bem, pelo menos uma coisa podemos afirmar com boa dose de certeza: a existência de uma oposição sólida, organizada e com projeto de poder faz muito bem à democracia, à transparência e aos bons costumes na gestão do dinheiro do contribuinte.

Tempo de sobra
Embora o petismo tenha antecipado o debate político com a exposição de uma lista de pré-candidatos, o calendário eleitoral ainda é generoso no tempo. A legislação determina que as convenções partidárias devem ser realizadas no período entre 10 e 30 de junho. Trocando em miúdos, há tempo para que as articulações políticas entrem pelo mês de junho adentro. Há, portanto, no mínimo cem dias pela frente. Tempo de sobra para fritar alianças, lançar nomes, estabelecer novas e antigas uniões e requentar conflitos.

Peso e medida
Um bombeiro petista, se declarando meio cansado de apagar incêndios e jogar água fria nas fervuras, anda reclamando da cúpula do Governo. Algo assim: “O Pimentel cometeu um erro. Falou o que não deveria ter falado. Mas todo mundo sabe que ele é defensor da aliança com o PSB no Ceará e é grato ao governador pelo esforço conjunto na eleição de senador. A reação do pessoal do PSB foi muito mais forte do que a crítica. Imaginem se todo mundo no PT tivesse reagido no mesmo tom e declarado guerra todas as vezes que o Ciro, o Ivo e o Arialdo atacaram publicamente a Luizianne”.

Calendário
Com o aval do governador Cid Gomes, o PSB estabelece sua linha de atuação em Fortaleza. A sigla quer chegar na fase das conversas com os aliados bem estruturado e com alternativas para, se for o caso, entrar na disputa de Fortaleza com nomes próprios. A propósito, atentem para os prazos de desincompatibilização. Eles variam conforme o cargo ocupado e o cargo pretendido. Um secretário municipal ou estadual que, por exemplo, pretenda se candidatar a prefeito terá que se desincompatibilizar quatro meses antes (início de junho) do pleito. Se for disputar a eleição de vereador, terá que deixar o cargo seis meses antes (início de abril).

Tasso fala
Por onde anda Tasso Jereissati? Há informações não confirmadas de que o tucano teria recebido seu ex-mais fiel aliado, Ciro Gomes, para uma conversa. Se o encontro ocorreu, a pauta é desconhecida. Tasso aceitou convite da CDL Jovem para proferir uma palestra com o seguinte tema: “O papel dos jovens empresários na descoberta dos novos negócios”. Notem que o tema passa longe da política, mas nada impede que o líder do PSDB trate de eleições 2012. A palestra vai ocorrer na próxima terça-feira, entre 12 e 14 horas, na sede da CDL. Não associados à entidade pagam R$ 30,00 para assistir a exposição do ex-senador.

Termômetro
A visita de Dilma Rousseff ao Ceará será um bom laboratório para medir o grau de interatividade entre petistas e socialistas. A presidente assinará uma ordem de serviço para obras no metrô de Fortaleza e visitará o projeto Vila do Mar, de revitalização da orla marítima (Pirambu). Ou seja, duas obras de grande interesse para a Capital. Como o governador e a prefeita ainda são aliados, deveriam comparecer aos dois eventos. Porém, não há no mercado político gente apostando que assim será. O metrô precisa das licenças da Prefeitura para começar e o Vila do Mar só está nas mãos do município porque o Estado passou a obra para a Prefeitura. Foi fruto do acordo para o apoio de Luizianne a Cid em 2006.

É antigo
“Confesso, tanto intimamente, quanto aos que lerem estas linhas em algum tempo do futuro, que não tenho a menor vontade... de assumir um cargo que me obrigará a tratar com os mesmos políticos que, no íntimo, eu desprezo, que considero particularmente medíocres ou que julgo incapazes e incompetentes para conduzir um Brasil atrasado à posição que ele mereceria ocupar na cena internacional.” A frase é do Barão do Rio Branco, ícone da diplomacia brasileira, cujas memórias estão sendo organizadas pelo diplomata Paulo Roberto de Almeida. O Barão deixou a ordem expressa para que suas memórias só se tornassem públicas cem anos após sua morte, ocorrida em 1912.  

Fábio Campos fabiocampos@opovo.com.br
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