[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] De volta para a casa sem alma | O POVO
Ceará 18/11/2011

De volta para a casa sem alma

"Padre de Varjota bem que tentou, mas não conseguiu transferir a tradicional feira do município de domingo para sábado."
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A cada aniversário, dizia que o tempo estava escasseando. Já não ia mais à missa aos domingos, como sempre fazia. Havia perdido o gosto de sair de casa. Tinha medo de tropeçar, pois já não levantava a “espinha” como antigamente. O tempo lhe deixou marcas na pele curtida pelo sol, no rosto com as rugas. Ficava em casa ouvindo o sermão do padre pelo rádio. A TV também entretia enquanto ouvia as novenas do Senhor Pai Eterno. Ali, ao pé do rádio, sonhava de volta à casa onde viveu por muitos anos com os pais e os irmãos. Tinha ido ainda criança para lá. O pai era morador de um rico dono de terra. Quando o pai morreu, ela, que não se casou, e o irmão ficaram tomando conta do terreno. Era longe da cidade, acesso difícil, no inverno cheio de lama. No verão, solo esturricado.

 

Mas depois que se mudou para a cidade, nunca mais tinha retornado por lá. Dava uma saudade danada, da casa de taipa, colada à do irmão, que era de tijolo. Da cozinha com o fogão a lenha, onde também estava a prensa de fazer cera de carnaúba. Do alpendre, avistava-se a estrada com os comboios que passavam e que pediam abrigo de pernoite. O pai era pobre, mas conhecido por sua amabilidade. Chegavam e partiam deixando algum agrado para os donos da casa. Do juazeiro centenário do lado esquerdo da casa. Dizia que quando o pai chegou lá, ele já era frondoso.


Tinha o sonho de voltar. Seria a última vez antes que Deus decidisse vir lhe buscar. Achava quase impossível. Foi quando a sobrinha veio passar férias pela cidadezinha. Sem querer, disse que tinha o sonho de voltar à casa. A moça decidiu que iria com ela. A tia, de tão surpresa, mal acreditava. Rejuvenesceu de repente. Pegou a bengala que a ajudava a caminhar, colocou perfume e a roupa mais bonita para a viagem de volta ao passado.


Pelo caminho, no carro já observava a paisagem. Redescobria caminhos. Ali, naquela casa, morava a comadre, na outra era a prima que também já tinha se mudado. No alto, era o homem que todos os anos, na Semana Santa, recebia a visita inesperada dos que o humilhavam na porta de casa. O lameiro na estradinha não existia mais por aquelas bandas. Contava que era uma festa para os sobrinhos chegar na casa dela com as “botas” de lama até a canela. Ela então providenciava a água para lavar cada um deles.


O mundo que ela imaginava já não existia mais. A casa de tijolo ainda estava lá. Da construção de taipa só restavam escombros. Pediu permissão para a mulher, que era a atual moradora, para entrar na casa. Foi de porta adentro até a cozinha. Pelo quintal, seguiu para os escombros. A cozinha, o quarto onde dormia haviam caído. Mas, ela reconheceu onde guardava o baú com as redes e os lençóis, sempre fechado com o sabonete Alma de Flores, que dava um cheirinho danado quando aberto. Passeou pela sala quase destruída. Viu ainda o armador feito de madeira improvisado, que o pai tinha afixado quando fora fazer uma reforma. O juazeiro ainda estava lá. A sobrinha até tirou uma foto para mostrar ao filho o local onde o avô viveu. Contou que em época de inverno de chuva farta, o rio chegava na beira do terreiro. Tempo de se lavar roupa sem ter de caminhar muito.


Ali sentada no alpendre, viu que o tempo tinha se ido. A casa agora já tinha energia elétrica, TV na sala, mas não era a mesma coisa. Faltava a alma que ela sabia que tinha existido um dia e tinha se ido aos poucos com cada uma das pessoas amadas que se foram de lá.


PARAMBU


A LUTA PARA TRANSFORMAR COCOCI EM PATRIMÔNIO CULTURAL

 

Transformar Cococi, localidade que fica em Parambu, em patrimônio cultural é uma das pautas da reunião de hoje do Pacto Ambiental da Região dos Inhamuns e Sertões de Crateús. O evento será realizado, em Parambu. Cococi já foi município,deixou de sê-lo em 1968 por conta de disputa política. A cidade-fantasma tem uma das festas de Nossa Senhora da Conceição, celebrada no dia 8 de dezembro, mais animadas da região. A igreja é centenária e se destaca pela beleza do altar-mor (foto).

 

ICÓ


ANIMAIS NA PISTA PREOCUPAM MOTORISTAS DA REGIÃO CENTRO SUL


Trecho da BR-116, compreendido entre as cidades de Icó e Ipaumirim, na região Centro Sul, registra grande quantidade de jumentos na pista. A reclamação é de motoristas que passam pela região. Temem acidentes graves na rodovia.


CHORÓ


HELICÓPTERO AJUDA A COLOCAR POSTES EM COMUNIDADES


As localidades de Cafundó e Escondido, no município de Choró, serão contempladas com a eletrificação rural. Há décadas que os moradores sonham com essa notícia. Serão 42 postes de iluminação para beneficiar cerca de 40 famílias. Para conseguir chegar ao local, os postes serão levados de helicóptero, pois as duas localidades são vilas sem acesso. Não há estrada até os locais (que ficam a 25 quilômetros do Centro da cidade).


MARACANAÚ


INSCRIÇÃO DE ARTESÃO


Artesãos de Maracanaú têm até hoje para a inscrição no Programa Artesanato do Município. Com o cadastro, eles poderão expor seus produtos à venda durante o Natal de Paz e Brilho. A chegada de Papai Noel está prevista para o dia 2 de dezembro: na Casa de Rodolfo Teófilo, em Pajuçara, e no dia 16 de dezembro, na praça da CDL, em Maracanaú


QUIXERAMOBIM


CENÁRIO NA CASA DE CONSELHEIRO


O dramaturgo Ariano Suassuna visitou Quixeramobim, para a gravação de cenas do Projeto Ariano conta o Nordeste. O cenário foi a casa onde morou Antônio Conselheiro (foto). No local, hoje funciona a Secretaria da Cultura do Município. Uma equipe com aproximadamente 150 pessoas esteve na cidade.

 

EM ALTA


RODOVIAS ESTADUAIS que foram recuperadas pelo Governo do Estado.

Muitas delas viraram um tapete com ótima sinalização.


EM BAIXA

 

BR 020 que, após o inverno passou por operação tapa buraco entre Fortaleza e Canindé já apresenta novos buracos.

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espaço do leitor
Cicero Pereira de Sousa 28/04/2013 11:34
Tânia, Adorei suas história lembra muito a minha e todos me dá uma saudade profunda a saudade que ataca todos que deixaram sua terra natal. Sds.: Cícero
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